Seduzi minha sina para não sentir-te,
qual vida que segue sem nenhum alento,
atropelando sonhos, destruindo ensejos,
divagando penas em meus pensamentos.
Ontem pude rir (descontrolado riso)
de todas as causas do meu pranto quieto,
de minha existência sem nenhum juizo,
do sabor amargo do teu desafeto.
Narrei-te meus versos que sofrem calados
onde te escrevi minha biografia,
em beijos que findam sem ser consagrados
e toques que secam sem ser poesia.
Hesitei saber-te o cedo da boca,
ou se era tarde demais pra esquecer,
nesta solidão que teu ser evoca
guardei-te em saudades pra não te perder.
Ofusquei nas tardes em que alucino
tua ausência amarga, meu céu, meu inferno
e driblando as trilhas do meu vil destino,
segues sendo um sonho scrito em eu caderno.