Relógios
Na solidão que aflige meus pesares
busco um verso que expresse meu coração,
que fale dos olhos fechados,
que abarque as ilusões que pisei,
inundado de ensejos
e oculto em uma canção que nunca será tocada.
Procurando um verso permaneço em branco êxtase;
O tempo de amar declinou, então.
Respirando o pó deixado pelo tempo mastigamos moedas corroídas.
A roda da vida gira incessante e desigual
empurrando a um abismo de medos e remorsos
onde as paixões são ofuscadas e o poder nos oprime.
Vendemos a alma e compramos sonhos em ruínas
que nós ajudamos a levantar
vagam nossos olhos sem rumo calados e sombríos,
amando sem amar,
morrendo lentamente,
rasgando esperanças
marcando a vida em muitos relógios.
(Parauapebas/PA - 18/07/95)
Gaby Faval
Enviado por Gaby Faval em 13/08/2020